PetroPET – Programa de Educação Tutorial em Engenharia de Petróleo

Produção de petróleo deve render ao país R$ 31,2 bilhões

Desse total, R$ 16,1 bilhões serão em royalties, R$ 14,9 bilhões em participações especiais, além de R$ 200 milhões de outras fontes, de acordo com ANP


A produção de petróleo no país deve render neste ano à União, estados e municípios pouco mais de R$ 31 bilhões em direitos governamentais, como royalties e participações especiais.

Desse total, R$ 16,1 bilhões serão em royalties, R$ 14,9 bilhões em participações especiais, além de R$ 200 milhões de outras fontes.

A estimativa foi feita pelo novo diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Waldyr Barroso, que toma posse hoje (17) no Rio de Janeiro.

O volume é semelhante ao recolhido no ano passado, quando União, estados e municípios arrecadaram R$ 31,5 bilhões em royalties e participações especiais.

“Tem uma previsão de R$ 31,2 bilhões de arrecadação para este ano. A projeção que estamos fazendo é que isso [a arrecadação] será crescente com os novos contratos de partilha”, disse Barroso.

O primeiro leilão sob contrato de partilha, em que a União recebe pagamentos relativos ao lucro com o petróleo extraído da camada pré-sal, será realizado na próxima segunda-feira (21).

Será licitado apenas uma área, Libra, que tem uma reserva de petróleo recuperável estimada em 8 bilhões a 12 bilhões de barris.

Greve dos petroleiros tem adesão de 100% dos trabalhadores de turno

Informação é da FUP, com base em dados dos sindicatos.
Paralisação teve início na quarta; grevistas se opõem ao leilão de Libra.


A adesão dos trabalhadores de turno da Petrobras à greve iniciada na noite de quarta-feira (16) chega a 100% nesta quinta, de acordo com informação divulgada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), com base em dados dos sindicatos.
Segundo Francisco José de Oliveira, diretor de Comunicação da FUP, a Petrobras tem trabalhadores de turno atuando em diversas áreas, como refinaria e plataforma, envolvidos no sistema de produção de petróleo, refino e transporte.

Aderiram à paralisação os trabalhadores próprios de áreas operacionais do sistema Petrobras, além dos petroleiros do setor administrativo e trabalhadores terceirizados que atuam nas refinarias, terminais, plataformas, campos de produção e demais unidades operacionais das bases da FUP.
Os profissionais pedem a suspensão do leilão de Libra, o primeiro do pré-sal sob o regime de partilha, marcado para 21 de outubro, segundo a FUP.
A greve, aprovada por tempo indeterminado, quer impedir que os campos sejam gerenciados por empresas privadas.
De acordo com a federação, a operação está sendo mantida nas maioria das regiões do país pelas equipes de contingência da Petrobras, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais “que normalmente não executam as tarefas de rotina das refinarias, plataformas e  terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades”.
Locais afetados
Na Bacia de Campos, a greve teve adesão de pelo menos 39 plataformas, que foram entregues pelos trabalhadores às equipes de contingência que a Petrobras embarcou. O Sindipetro NF tem informações de que 15 unidades foram entregues com a produção de petróleo parada. O sindicato realiza agora pela manhã um trancaço no Terminal de Cabiúnas e na sede da UO-Rio, em Macaé.
Em Duque de Caxias, a adesão à greve é de 100% dos trabalhadores. Ninguém entrou na Reduc, Terminal de Campos Elíseos e na Termorio. Agora pela manhã, o sindicato realiza uma grande mobilização na Rodovia Washignton Luiz, que está fechada no sentido Petrópolis.
Nos campos de produção terrestre da Bahia, os petroleiros anteciparam a paralisação para as 20 horas nas estações de Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passe, Socorro, Marapé e Dom João.
Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (PE), além da SIX (unidade de Xisto/PR), da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA), Termorio (Duque de Caxias), usinas de Biodiesel e termoeletricas.
A greve também segue forte nas plataformas da Bacia de Campos e campos terrestres de produção de petróleo na Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte.
Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), Brasília, São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).
Ao longo desta quinta-feira, vários atos e manifestações contra o leilão de Libra serão realizados nas unidades da Petrobrás e nas principais capitais do país, com participação dos movimentos sociais e centrais sindicais.
O leilão
O leilão de Libra é o primeiro que vai conceder áreas para exploração de petróleo e gás natural na região do pré-sal sob o regime de partilha de produção. A expectativa é que a produção seja de 1 milhão de barris por dia da área de Libra, a maior reserva de petróleo já descoberta no país.
Pelas regras da partilha, vencerá o leilão o consórcio que apresentar a maior parcela do óleo de Libra destinada à União. A Petrobras será a operadora única e sócia de todos os campos, com no mínimo 30% de participação.
No aniversário de 60 anos da Petrobras, no dia 03 de outubro, a categoria parou por 24 horas, em protesto contra o leilão.
Entre as reivindicações está também a retirada da tramitação do projeto de lei que regulamenta atividades terceirizadas e a campanha salarial.
Petrobras
O G1 entrou em contato com a Petrobras, que se posicionou em relação à greve perto das 15h desta quinta-feira. A estatal disse que foi informada de que a greve tem como principais motivadores o leilão de Libra e o Projeto de Lei 4.330, “sobre os quais não cabe posicionamento da Petrobras”.
“A companhia tem como prática nesse tipo de mobilização tomar todas as medidas necessárias para garantir suas operações, de modo a não haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado, sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações da companhia”, informou a Petrobras.
Sobre as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013, a Petrobras informa que realizou uma série de reuniões com as entidades sindicais e apresentou sua proposta ao longo das últimas semanas.
Além de uma proposta completa para as cláusulas sociais (relacionadas ao plano de saúde, benefícios educacionais, saúde, segurança, condições de trabalho, etc.) , a empresa propôs um reajuste de 7,68% e uma gratificação equivalente a uma remuneração, entre outros ganhos econômicos. A Petrobras afirma que está aberta ao processo de negociação com as entidades sindicais sobre o acordo coletivo de trabalho deste ano.

Dívidas da petroleira OGX, de Eike, chegam a R$ 10,8 bilhões

O rombo da OGX, de Eike Batista, chega a R$ 10,8 bilhões (equivalente a US$ 5 bilhões). Segundo a Folha apurou, esse é o valor atual da dívida em aberto da petroleira com os diferentes credores.

Os ativos da empresa (campos de petróleo, máquinas e outros) estão avaliados em R$ 5,8 bilhões (US$ 2,7 bilhões), ou seja, só pagam pouco mais de metade da dívida.

O caixa da OGX -dinheiro para pagar funcionários e outras despesas- está em menos de R$ 200 milhões e dura até o fim do mês.

As principais dívidas da empresa são US$ 3,6 bilhões para os detentores dos bônus no exterior (“bondholders”), US$ 1 bilhão para a OSX e US$ 400 milhões em atrasados para fornecedores.

Os números ajudam a entender a dramática situação da OGX, que deve pedir recuperação judicial em breve.

Na terça-feira, Eike interrompeu as negociações de reestruturação da dívida, que ocorriam em Nova York, após demitir o presidente da OGX, Luiz Carneiro.

O consultor Ricardo K, da Angra Partners, que passou a tocar a OGX na prática, corre contra o tempo para conseguir algum dinheiro e viabilizar a recuperação judicial.

A OGX precisa de pelo menos US$ 150 milhões para começar a produzir petróleo e, assim, gerar receita para pagar as dívidas. Só assim a Justiça aceitaria um plano de recuperação da empresa.

Segundo a Folha apurou, as negociações para obter o aporte avançam com a americana GSO, uma das maiores firmas de crédito para empresas endividadas. Outras oito empresas foram consultadas.

Eike se reuniu com os diretores da OGX na terça-feira, após a demissão de Carneiro. Segundo relatos, ele estava quase eufórico e disse que o objetivo é “produzir petróleo”, mesmo após a drástica redução da empresa.

NEGOCIAÇÃO

Eike quer convencer os credores da OGX (“bondholders”, OSX e fornecedores) a trocar sua dívida por ações. O principal nó é o tamanho da dívida com a OSX.

Os gestores da OSX dizem que têm a receber US$ 2,6 bilhões da petroleira por aluguel atrasado de plataformas, multas e indenizações.

Já a administração da OGX defendia (antes da saída de Carneiro) que não é possível justificar um pagamento superior a US$ 900 milhões.

Esse valor é tão importante porque vai determinar quantas ações da OGX vão receber os acionistas da OSX. Eike tem 68% do estaleiro.

Os “bondholders” da OGX são contra a petroleira pagar US$ 2,6 bilhões a OSX -número que constava da primeira proposta de reestruturação da dívida feita por Eike.

Na segunda oferta entregue aos “bondholders”, o empresário havia baixado esse valor para US$ 1 bilhão.

A questão é complexa, porque a OSX vai ter que pagar também seus próprios credores antes de sobrar algo para Eike. Para os “bondholders” da OGX, o empresário deveria ficar com menos de 5% da petroleira no final do processo de reestruturação.

Eike, que já esteve disposto a abrir mão de tudo para pagar as dívidas, agora acha que pode conseguir mais com o auxílio de Ricardo K.

Mantega diz que não sinalizou aumento da gasolina neste ano

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira que não sinalizou a possibilidade de aumento nos preços da gasolina neste ano, diferente de citações recentes do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Mantega afirmou ainda acreditar que os Estados Unidos encontrarão uma saída para seu impasse fiscal e que isso será um alívio para a economia mundial.

Eike Batista demite presidente da petroleira OGX

O empresário Eike Batista demitiu o presidente da OGX, Luiz Carneiro. A decisão pode ser anunciada ainda nesta terça-feira (15). O executivo Ricardo Knoepfelmacher, da Angra Partners, assumirá o posto.

A saída do executivo ocorre enquanto o mercado aguarda o pedido de recuperação judicial da petroleira e em meio à complicada negociação com os detentores dos títulos da dívida da empresa.

Ricardo K, como é conhecido, deixa o papel de assessor de Eike na reestruturação do grupo EBX para assumir o comando da petroleira. Ele havia substituído o BTG Pactual, de André Esteves.

Carneiro soube da decisão em Nova York, onde estava participando de uma série de reuniões da equipe de Eike com os bancos e os detentores dos títulos. Procurado, ele não deu entrevista.

Também foram demitidos o diretor jurídico, José Roberto Faveret, e Roberto Monteiro, que atuava como consultor. A ideia é trocar toda a diretoria da petroleira no futuro, de acordo com fontes do alto escalão do grupo EBX.

Segundo a Folha apurou, Eike disse a Carneiro e aos demais que encontrou um investidor disposto a colocar dinheiro na empresa, mas que ele faz questão da troca dos executivos.

Na visão de fontes próximas ao assunto, Carneiro está sendo demitido por ter exercido parcialmente a “put” (opção de compra de ações), solicitando que o empresário colocasse US$ 100 milhões na companhia. Eike se nega a fazer o aporte.

Carneiro também vinha se desentendendo com Ricardo K. Ele exigiu a demissão de Monteiro, que era o diretor financeiro da empresa. Os credores reagiram mal à decisão e mandaram uma carta à Eike cobrando explicações. Monteiro voltou então como consultor e foi demitido de novo.

Na semana passada, a petroleira anunciou demissão de 20% dos funcionários. Foram cerca de 60 trabalhadores, o equivalente a um quinto do seu quadro de 300 colaboradores.

CRISE

Os problemas da OGX começaram quando a companhia não entregou a produção que prometeu ao mercado.

Declarações de Eike, feitas no ano passado, informavam que a petroleira iria produzir 50 mil barris de petróleo por dia este ano.

A maior aposta da OGX, Tubarão Azul, na bacia de Campos, resultou em uma produção muito abaixo do esperado desde o início, registrando cerca de 5 mil barris diários, contra expectativa de 15 mil barris diários alardeado pela empresa.

Por problemas operacionais, não produziu uma gota de óleo em agosto. O campo deve ser desativado em 2014.

Além disso, a petroleira também desistiu de vários blocos que anunciava como comerciais (Tubarão Gato, Tubarão Tigre, Tubarão Areia) e devolveu 9 dos 13 blocos que comprou na 11ª rodada de licitações da ANP (Agência Nacional do Petróleo), em maio desse ano.

CALOTE

No início deste mês, dando sequência às notícias negativas, a OGX informou o mercado que optou por não pagar juros no valor de cerca de US$ 45 milhões como remuneração a bônus emitidos no exterior que venceriam no dia 1º deste mês.

A empresa informou que suspendeu o pagamento por 30 dias, período no qual continuará negociando com os credores.

REPUTAÇÃO

A derrocada do grupo motivou afirmações até de membros do governo. O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou que o episódio afetou a reputação do país e tem prejudicado o desempenho da economia brasileira.

“A situação da OGX já causou um problema para a imagem do país e para a Bolsa da Valores que já teve uma deterioração de 10% por conta dessas empresas”, disse ao participar de evento em São Paulo.

Ex-chefe de Graça Foster será presidente da estatal do pré-sal

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) anunciou nesta segunda-feira (14), que Oswaldo Pedrosa Junior será o presidente da PPSA (Pré-Sal Petróleo S.A).

Considerado um executivo experiente pelo setor de petróleo, com 25 anos de trabalho na Petrobras, Pedrosa chegou a ser chefe de Maria das Graças Foster na estatal, antes de ela assumir a presidência da empresa.

Formado em engenharia de Petróleo na Bahia, ele teve passagem pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e trabalha hoje como executivo da petroleira HRT.

A companhia fará a gestão dos contratos de comercialização de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos da União. A empresa foi criada por meio de decreto no início de agosto.

Também foram anunciados os nomes dos três diretores da PPSA, que serão: Edson Yoshihito Nakagawa, diretor técnico e de fiscalização; Renato Marcos Darros de Matos, diretor de gestão de contratos; e Antônio Cláudio Pereira da Silva, diretor de administração Controle e Finanças.

A empresa, segundo o ministro, também contará com um conselho de administração “que se coloca acima da diretoria, como todo conselho”.

O nome do presidente deste conselho também foi anunciado hoje: Marco Antonio Martins Almeida, atual secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia.

“O governo vai estabelecer suas prioridades: se é produzir mais, exportar mais ou produzir para o consumo interno. O Conselho é órgão auxiliar da presidente da república”, disse.

Já o interesse dos consórcios no Campo de Libra, segundo Lobão, será receber de volta o investimento feito o mais rápido possível.

“Estabelecemos um bônus [de assinatura] muito elevado, de R$ 15 bilhões, para estimular que as empresas acelerem o processo”, explicou Lobão.

Lobão destacou também que, em geral, a produção nos campos começa após quatro ou cinco anos após o início dos trabalhos das empresas.

“As empresas não precisarão de 35 anos para recuperar os investimentos. No momento que o óleo começar a ser produzido os investimentos estarão sendo ressarcidos”.

O leilão de Libra está marcado para o dia 21 e o governo espera de dois a quatro consórcios competidores na disputa.

“Ela [a presidente Dilma Rousseff] está super empolgada. Eu estou super empolgado. Nós todos estamos. Achamos que vai ter um número numero de participantes do que se previa no começo. Teremos grande êxito”, afirmou Lobão.

TCU recomenda que CNPE aprove mudança de regra para Libra

Tribunal aprova edital para leilão e regras com ressalvas, e ANP alterou minuta com mais prazo para empresas recuperarem investimentos


O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira, com ressalvas, os estudos sobre o edital e regras da licitação da área de Libra, no pré-sal, marcado para 21 de outubro.

Entre as ressalvas está a recomendação de que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) obtenha junto ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), antes do leilão, aprovação da alteração do modelo de apropriação do custo em óleo.

O relator do caso no tribunal, ministro José Jorge, afirmou que o CNPE –o órgão interministerial de aconselhamento da Presidência da República–havia definido que o consórcio vencedor de Libra poderia usar até 50 por cento da receita da atividade para ressarcir custos nos dois primeiros anos de operação, baixando esse limite para até 30 por cento a partir do terceiro ano.

Mas este prazo foi ampliado pela ANP, atendendo a um pleito do setor. As empresas questionavam a capacidade de ter seus investimentos compensados na área de Libra.

José Jorge explicou que, na prática, o CNPE precisa ratificar a mudança, que prevê que o vencedor do leilão ainda poderá, caso necessário, usar este limite de 50 por cento da receita da atividade para ressarcir custos operacionais por mais tempo, além dos dois primeiros anos de operação.

A recomendação do TCU consiste, então, na ratificação, pelo CNPE, da mudança feita pela ANP, que permitiu prorrogar o limite de 50 por cento. “Isso vai dar mais segurança jurídica”, disse Jorge, afirmando que a recomendação não altera a data do leilão.

O ministro do TCU também pediu que o governo encaminhe um “plano articulado” para a exploração das outras áreas do pré-sal.

“Qual será o próximo leilão? Quando será”, indagou José Jorge, que já foi ministro de Minas e Energia no governo Fernando Henrique Cardoso, pedindo um cronograma das próximas licitações.

No começo de setembro, a ANP divulgou o edital e o contrato de partilha definitivos para o leilão após a divulgação de minutas que foram discutidas com o setor.

‘Novas reservas exigem petróleo a três dígitos’, diz economista

Jeff Rubin afirma que o petróleo ‘nunca vai acabar’, mas destaca que economia mundial sofre quando o barril do petróleo ultrapassa a marca dos US$ 100


Autor de diversos livros sobre o impacto do petróleo na economia mundial, como “Por que seu mundo está ficando menor: o petróleo e o fim da globalização”, o economista Jeff Rubin defende que o petróleo não vai acabar, mas que a economia não pode aguentar preços tão elevados, de três dígitos.
– Não é uma questão geológica, mas econômica. As reservas estão em locais que exigem cada vez mais recursos para garantir sua exploração. As novas reservas exigem um petróleo a três dígitos. Mas quantos serão capazes de pagar um barril de petróleo a US$ 200? – pergunta o canadense.
Rubin lembra que o crescimento mundial tem sido baixo, exatamente no momento em que o preço do Brent variou entre US$ 100 e US$ 110 nos últimos dois anos. Para o economista, o mundo ainda não tem alternativas para o uso do petróleo para o transporte. Ele diz que o gás de xisto reduziu o preço do gás, mas que o mesmo fenômeno não ocorreu com o petróleo de xisto. Por isso, vê com certa cautela essa alternativa. Outro ponto de preocupação para o petróleo de xisto, segundo ele, é que não há oleodutos suficientes na América do Norte, e esse petróleo tem sido transportado em trens, elevando o risco de acidentes.

Leia mais no site do Jornal O Globo (link is external)

Minoritários da OGX processam Eike, Bolsa e CVM

O economista Aurélio Valporto acusa o empresário de fraude ao divulgar perspectivas exageradamente otimistas sobre reservas de petróleo


O economista Aurélio Valporto, acionista minoritário da OGX, acusa o empresário Eike Batista e a empresa petroleira de fraude ao divulgar perspectivas exageradamente otimistas sobre reservas de petróleo.

Sugere ainda que há indícios de uso de informações privilegiadas na compra e venda de ações por parte do controlador da companhia na época da divulgação dos fatos relevantes.

Entre os indícios compilados em relatório por Valporto – integrante de um grupo de acionistas que pretende entrar com ação judicial contra a OGX – está a divulgação, em fato relevante de janeiro de 2012, da “presença de hidrocarbonetos no poço 1-OGX-63-SPS, no bloco BM-S-57, na Bacia de Santos”. O bloco seria devolvido, sem alarde, um ano depois.

O minoritário afirma que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BM&FBovespa foram negligentes ao não cobrar rigor na divulgação de informações pela OGX.

O grupo de minoritários pretende ir à Justiça não apenas contra a OGX, mas também contra Eike, Bolsa e CVM. A OGX e a BM&FBovespa não comentaram as acusações. Já a CVM afirma, em nota, que o “dever de comunicação de fatos relevantes, internos ou externos, é atribuído exclusivamente à companhia”.

Boas notícias em série

De outubro de 2009 a maio de 2012, a OGX fez 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (que indicam que a área vai virar um campo produtor).

No caso da divulgação da descoberta do 1-OGX-63-SPS, em 16 janeiro de 2012, o fato relevante da OGX não mencionava estimativa de reservas. Porém, circulou no mercado que o reservatório teria até 3 bilhões de barris. As ações da petroleira fecharam em alta de 5,37% no dia.

Em 1º de fevereiro de 2012, a OGX divulgou outro fato relevante confirmando a descoberta. Nele, referiu-se apenas ao potencial total da Bacia de Santos, de 1,8 bilhão de barris de petróleo e gás, e dizia que, com novos testes, os volumes superariam as “estimativas vigentes”.

Outro caso refere-se aos blocos BM-C-37 e BM-C-38, na Bacia de Campos. Ao divulgar os resultados do terceiro trimestre de 2012, a OGX anunciou que os prospectos Cozumel, Tulum, Cancun, Viedma e Cotopaxi poderiam ter até 1,196 bilhão de barris.

Em 31 de janeiro deste ano, porém, a OGX anunciaria que o poço em Cozumel era seco. “O objetivo da fraude engendrada contra os investidores e pequenos acionistas foi a de fazê-los crer que a fase de alto risco já havia terminado”, diz o relatório de Valporto.

Para João Fábio Fontoura, do Bornholdt Advogados, de Santa Catarina, “houve uma política de divulgação de informações questionável”. O escritório acionará na Justiça a OGX, Eike e executivos no próximo mês, em ação coletiva de um grupo de minoritários, diferente do qual Valporto faz parte.

Qualidade dos dados

“Eles (os acionistas) confiaram nas informações disponíveis. E as informações que estavam ali levavam as pessoas a acreditar que o negócio era bom”, diz Norma Parente, professora de Direito da PUC-Rio e ex-diretora da CVM. Para ela, falta capacidade de fiscalização e punição tanto à CVM quanto à Justiça.

Ícone da “fraude”, segundo Valporto, é uma entrevista de Eike Batista à XPTV, canal da XP Investimentos, em abril de 2010. Eike dizia que a OGX tinha US$ 1 trilhão em petróleo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Petrobras terá que investir R$ 1 bi a mais no campo Marlim Sul, decide ANP

A Petrobras terá que ampliar seus investimentos em mais de R$ 1 bilhão em seu maior campo produtor, o Marlim Sul, diante de novas exigências da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A revisão do plano de desenvolvimento do campo já foi finalizada e deve ser aprovada em reunião da diretoria da agência prevista para hoje.

O documento, debatido entre a ANP e a estatal nos últimos três meses, listará medidas para aumentar a produção do campo, cuja operação, na avaliação de técnicos, vem sendo negligenciada.

O novo plano prevê que a Petrobras faça pelo menos dez poços em Marlim Sul, sendo três ainda neste ano. Hoje há cerca de 40.

A agência demandará ainda que a estatal mantenha todas as plataformas que operam no campo -a companhia pretendia retirar uma delas.

Na bacia de Campos, Marlim Sul começou a ser explorado em 1994 e é o maior campo produtor de petróleo do país, com 15% da produção diária da Petrobras no Brasil.

O campo recebeu, em agosto de 2011, o reforço de uma nova plataforma com capacidade para produzir 100 mil barris de petróleo por dia. Mas, desde então, só aumentou a extração em cerca de 50 mil barris, para os atuais 290 mil barris diários. Além disso, vem enfrentando declínio na produção neste ano.

É comum que, em campos mais antigos, a produção de petróleo diminua, uma vez que a geração de água durante o processo de extração cresce. Na avaliação da ANP, contudo, há perda excessiva de produção em Marlim Sul.

As novas exigências fazem parte de um movimento mais amplo da agência, que se preocupa com a operação da estatal na bacia de Campos.

A avaliação é que, nos últimos anos, a Petrobras focou esforços no desenvolvimento do pré-sal em detrimento dessa área, de onde vêm 82% da produção nacional.

A perda de eficiência fez com que a Petrobras amargasse queda em sua produção média diária pelo segundo ano consecutivo.

A revisão de Marlim Sul é a segunda de 11 previstas pela ANP em campos operados pela estatal. Em janeiro, foi aprovado o programa de Roncador. O próximo deve ser Marlim, que baixou de 600 mil barris por dia para 170 mil. A Petrobras não se manifestou até a conclusão da edição.

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