As recentes denúncias de espionagem contra a companhia de petróleo Petrobras não vão provocar o adiamento do leilão do Campo de Libra, do pré-sal da Bacia de Santos, marcado para o dia 21 de outubro. A avaliação é da presidenta da estatal, Graça Foster. Ela falou aos jornalistas após evento que teve a participação da presidenta Dilma Rousseff, no Estaleiro Inhaúma, no Rio de Janeiro.
Reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (8), revelou que documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) apontam que a Petrobras foi espionada.
“Do que eu vejo, do que tenho de informação, definitivamente, do que está sobre a mesa, não há a menor possibilidade de mudança de data de leilão por conta dessa informação, que não é material, não está identificada”, disse Graça. A presidenta da estatal disse que estará na próxima quarta-feira (18) em Brasília, para falar sobre o assunto em comissão do Senado: “Vou estar lá, me preparar o máximo que puder, para responder a todas as perguntas”.
Graça disse que a estatal sempre teve uma preocupação muito grande na manutenção das informações sigilosas. “A Petrobras tem um sistema de proteção bastante adequado, em que nós fazemos permanentemente alterações neste sistema tecnológico que faz a proteção do nosso sistema. Nós temos uma política de segurança empresarial. Menos de três semanas atrás, aprovamos uma revisão nessa política. Estamos atentos.”
A empresa que vencer o leilão de Libra terá que pagar um bônus de assinatura à União de R$ 15 bilhões. A assinatura do contrato de partilha de produção está prevista para novembro. A área a ser licitada tem cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados. Segundo o edital, os ganhadores da licitação deverão desenvolver as atividades de exploração por quatro anos, prazo que poderá ser estendido, como prevê o contrato de partilha de produção.
Fonte: Agencia Brasil
Enquanto um colunista defende a ação da agência americana, outro diz que espioná-la é hipocrisia
A revista americana Forbes publicou dois artigos esta semana comentando o caso de espionagem na Petrobras. O primeiro deles, assinado por Christopher Helmandefende a ação da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) e afirma que seria muito mais chocante se a NSA não estivesse reunindo toda a informação possível sobre o Brasil e a Petrobras, a qual chamou de estatal inchada, marcada por corrupção.
A revelação de que a Petrobras foi alvo de espionagem é baseada em documentos ultrasssecretos entregues pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden, asilado na Rússia. O material para a reportagem foi entregue a Glenn Greenwald, que mora no Rio de Janeiro e é correspondente do jornal britânico The Guardian no Brasil.
Em nota publicada no jornal Washigton Post, a agência negou que fizesse espionagem com finalidade econômica, mas o nome da Petrobras aparece como alvo num passo a passo para invadir redes privadas. A finalidade econômica também aparece nos documentos da NSA entregues por Snowden.
O artigo da Forbes também cita os problemas enfrentados pela petrolífera e questiona a capacidade de investimento da empresa. Entre as justificativas, também estão supostos casos de corrupção envolvendo diretores da companhia e a preocupação das empresas no Exterior com a exploração da camada do pré-sal.
Ponto de vista distinto
O texto causou alvoroço e o também comentarista da Fobes Agustino Fontevecchia escreveu um artigo rebatendo o ponto de vista do colega. No texto intitulado “Não há razão para a NSA espionar a Petrobras”, Fontevecchia chama a ação de espionagem de hipócrita na medida em que não envolve segurança e nem o interesse dos cidadãos americanos. Para ele, a postura do governo americano pisoteia a soberania dos outros países em nome da segurança nacional.
O colunista cita a economia forte e a liberdade de imprensa consolidada no país como sinais de que é improvável que uma versão brasileira de Hugo Chávez assuma o poder. E finaliza dizendo que a Petrobras é uma questão de negócios e não de segurança nacional.
Fonte: Zero Hora
A presidente Dilma também teria sido espionada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA
O governo brasileiro divulgou nesta segunda-feira uma nota dizendo que vai cobrar esclarecimentos dos Estados Unidos sobre a denúncia de que a Petrobras também teria sido espionada pelos americanos.
“O governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, à nossa soberania e aos nossos interesses econômicos”, afirma a nota.
A denúncia veio à tona após novos documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) serem vazados pelo ex-analista da agência Edward Snowden.
O teor dos documentos sobre a Petrobras foi revelado em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo.
Interesses econômicos
A informação é divulgada uma semana após notícias de que a presidente Dilma Rousseff teria sido espionada pela agência.
“Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país”, diz a nota. “Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.”
Segundo o documento do governo, isso indica que os motivos da suposta espionagem seriam de ordem econômica ou estratégica, e isso seria “incompatível com a convivência democrática entre países amigos”.
A Petrobras também divulgou uma nota, informando que “dispõe de sistemas altamente qualificados e permanentemente atualizados para a proteção de sua Rede Interna de Computadores”.
Pré-sal
De acordo com o Fantástico, a tecnologia envolvendo a exploração de petróleo em alta profundidade na camada pré-sal poderia ter sido o alvo da espionagem.
O nome da Petrobras aparece em um documento usado em um treinamento de agentes da NSA, segundo a reportagem.
O documento treina os agentes para acessar redes privadas de instituições variadas como a Petrobras, o ministério das Relações Exteriores da França, o Google e a rede Swift, que reúne vários bancos.
Os papeis foram consultados pelo jornalista americano Glenn Greenwald, autor das reportagens divulgando o escândalo da NSA desde maio.
Greenwald diz que “ninguém tem dúvidas de que os Estados Unidos têm direito de fazer espionagem para proteger a segurança nacional”. Mas critica a espionagem de indivíduos e empresas que “não tem nada com terrorismo”.
A reportagem revela ainda que os Estados Unidos agem com a colaboração da inteligência do Reino Unido, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia.
O treinamento em questão explica como desviar dados de redes privadas durante a transmissão das informações.
O interesse dos americanos na Petrobras seria a tecnologia envolvendo a exploração em águas profundas da camada pré-sal. O governo prepara paras as próximas semanas o leilão do mega campo de Libra.
Segundo o Fantástico, não se sabe se os dados da Petrobras foram realmente vasculhados e qual é o alcance da espionagem.
Caso Snowden
A polêmica envolvendo a Petrobras é o mais novo capítulo do caso que envolve os documentos secretos vazados em maio deste ano pelo antigo analista da NSA, Edward Snowden.
Os documentos mostram que a inteligência americana monitora mensagens de e-mail, skype e todo tipo de informação trocada em redes sociais e na internet, invadindo a privacidade e ferindo liberdades individuais de cidadãos em todo o mundo.
As revelações causaram mal estar diplomático em capitais de países aliados aos Estados Unidos. Os documentos foram vazados por Snowden ao repórter do jornal britânico The Guardian, Glenn Greenwald.
O primeiro atrito com o governo brasileiro se deu quando o companheiro de Greenwald, David Miranda, ficou detido por nove horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, com base em uma lei antiterror.
Segundo a polícia britânica, Miranda transportava outros documentos secretos.
Snowden está atualmente asilado na Rússia. Ele passou mais de um mês na área de trânsito do aeroporto de Moscou, enquanto as autoridades americanas tentavam prendê-lo.
Fonte: BBC
Presidente da Shell explicou que cronogramas e orçamentos da exploração serão definidos pelo comitê operacional do pré-sal, que deverá se reunir em até 60 dias
O presidente da Shell no Brasil, André Araujo, afirmou nesta segunda-feira, 02, que a expectativa é que a primeira perfuração no pré-sal ocorra entre o final de 2014 e o início de 2015.
Ele explicou, porém, que os cronogramas e os orçamentos da exploração serão definidos pelo comitê operacional do pré-sal, que deverá se reunir em até 60 dias.
O encontro será convocado pela PPSA, a estatal que administra o pré-sal.
Araujo deu a declaração ao final da cerimônia de assinatura do primeiro contrato de partilha do pré-sal, referente à concessão do Campo de Libra.
Questionado sobre se a Petrobras será uma sócia sólida o suficiente para fazer frente aos investimentos que serão demandados, ele comentou:
“Fizemos o consórcio e optamos por ter a Petrobras como parceira”. Ele acrescentou ter segurança de que a Petrobras tem experiência em águas profundas que deverá se somar com a experiência da Shell nesse mesmo tipo de exploração. “Estamos bastante tranquilos”, disse. Shell e Petrobras integram o consórcio que venceu a licitação do Campo de Libra no dia 21 de outubro.
O consórcio ainda inclui duas empresas chinesas, as estatais CNPC e CNOOC, e a francesa Total.