PetroPET – Programa de Educação Tutorial em Engenharia de Petróleo

Petróleo brasileiro impulsiona lucros da GALP acima de 200 milhões

Grupo antecipa entrada em operação da terceira plataforma-petrolífera na Bacia de Santos, no bloco BM-S-11.

O reforço da produção de petróleo no Brasil será o principal responsável pelos cerca de 93 milhões de euros de lucros que a Galp terá gerado no terceiro trimestre. Uma tendência que se acentuará até ao final do ano, com a entrada em operação de uma nova plataforma petrolífera na Bacia de Santos, onde a empresa possui as suas maiores reservas de crude.
Este é o valor médio estimado por um consenso de 22 analistas financeiros, a que o Diário Econômico teve acesso, e que elevará para mais de 200 milhões de euros os resultados líquidos do grupo nos primeiros nove meses do ano, aproximando-os dos ganhos registrados em igual período de 2013, após o abrandamento verificado dos primeiros seis meses deste ano.
A média prevista para o resultado bruto de exploração (EBITDA) no negócio de produção de petróleo, cerca de 121 milhões de euros, deverá assim superar a da atividade de refinação e distribuição de combustíveis, onde a Galp realizou recentemente um processo de reconversão industrial de mais de mil milhões de euros.
Aqui, o valor apontado é de 101 milhões de euros.
Já na área do gás natural e eletricidade, que nos últimos anos assumiu um protagonismo ímpar nos lucros do grupo, as estimativas apontam para uma descida para perto de 100 milhões de euros, refletindo o abrandamento na venda internacional de gás natural liquefeito.
Com a entrada em velocidade cruzeiro, em Setembro, da produção petrolífera na plataforma brasileira FPSO Cidade Paraty e a FPSO Cidade de Mangaratiba, que acaba de se antecipar em um mês, ambas na Bacia de Campos, acentua-se o predomínio da produção de petróleo e gás natural sobre as restantes áreas de negócio.
A FPSO Cidade de Mangaratiba, localizado na área de Iracema Sul, é um dos 14 novos barcos-plataformas que a Galp irá instalar, até 2020, no Brasil e em Angola, permitindo-lhe atingir o objetivo de produção diária de 300 mil barris de petróleo.
Com uma capacidade de processamento diário até 150 mil barris de petróleo e oito milhões de metros cúbicos de gás natural, esta nova plataforma é a maior das três unidades já instaladas no bloco petrolífero BM-S-11 liderado pela Petrobras, no qual a Galp tem uma participação de 10%.
O pico de produção desta plataforma-navio só será, no entanto, atingido no primeiro semestre de 2016, quando estiver ligada a oito poços de petróleo. Para já, arranca com 30 mil barris diários, sendo a fatia da Galp de cerca de três mil barris.
No terceiro trimestre, a produção petrolífera média do grupo português, no Brasil e em Angola, totalizava 31,7 mil barris diários.

Petrobras anuncia duas novas descobertas de óleo no Espírito Santo

A Petrobras informou a descoberta de dois novos indícios de petróleo no Espírito Santo. Um dos indícios de óleo foi identificado no Parque dos Doces, no bloco offshore (marítimo) ES-M-525, onde a Shell anunciou esta semana a venda de sua fatia para a tailandesa PTTEP.
A outra descoberta foi realizada no bloco terrestre ES-T-495. O poço de extensão 3BRSA1253DESS, no ES-M-525, está sendo perfurado desde julho pela sonda Norbe VI e já atingiu profundidade de 1.884 metros. A Petrobras já fez outras três descobertas de óleo na área, batizadas como Pé de Moleque (1BRSA939ESS), Quindim (1BRSA936DESS) e Brigadeiro (1BRSA926DESS).
Já os indícios descobertos anunciados na parte terrestre da Bacia do Espírito Santo foram identificados no ES-T-495, a partir da perfuração do poço 1BRSA1264ES.A Petrobras opera o bloco marítimo ES-M-525 (no contrato BM-ES-23), com 65% de participação, em parceria com a Inpex (15%) e PTTEP (20%).
A

área foi negociada na 6ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2004. Já o bloco terrestre ES-T-495 é operado pela Petrobras, com 100% de participação, e foi arrematado na 11ª Rodada, no ano passado.

 

 

(Fonte: Valor Econômico/André Ramalho)

A Petrobras ante o fantasma mexicano

Políticas imediatistas atingiram estatal Pemex, limitando realização da riqueza petroleira e desenvolvimento. Brasil arrisca-se a repetir o erro.


Artigo publicado em outubro pelo blog da Carta Capital

Outubro de 2013 traz duas datas marcantes para a indústria petroleira latino-americana. No Brasil, vive-se a expectativa pelo leilão do campo-gigante de Libra na região do pré-sal. Será a primeira licitação sob o regime de partilha de produção, agendada para dia 21 de outubro. No México o Congreso de La Unión tem até 20 de outubro para votar um projeto do poder executivo que altera a Constituição e permite que, além da Pemex, companhias privadas possam também participar na atividade petroleira, sob o mesmo regime de partilha de produção. Em ambos os casos, guardadas as particularidades históricas locais, discute-se a participação do Estado no setor petróleo e a apropriação da riqueza gerada pelo combustível. Mas, para ir além de aparências enganosas, o debate não pode ficar restrito à presença ou não de empresas estrangeiras. O próprio México revela que, mesmo sob regime de exploração 100% estatal, os recursos podem ser sub-aproveitados. E a partilha não é, necessariamente, sinônimo de entreguismo. Também aqui, os detalhes são a morada do diabo.

A Petróleos Mexicanos – Pemex – é uma empresa 100% estatal, que ocupa no imaginário mexicano um lugar semelhante ao da Petrobras no imaginário brasileiro. É a maior empresa do México e hoje produz 2,5 milhões de barris de petróleo por dia. A criação da Pemex, em 1938, surgiu de um conflito entre os trabalhadores e as 17 petroleiras estrangeiras que operavam no país à época. A Corte Suprema manteve a decisão da Junta de Conciliação, que já se havia pronunciado a favor dos trabalhadores. Diante da recusa em cumprir o mandato judicial, o então presidente, Lazaro Cárdenas, decretou a expropriação dos bens das companhias petroleiras em março de 1938. Três meses depois, Cárdenas criou a Pemex que, desde então, exerce as atividades petroleiras em território mexicano.

O forte simbolismo histórico da criação da Pemex tornou-se a principal referência política na condução da indústria de petróleo no país. É por isso que o espírito das reformas de Cárdenas é reivindicado tanto pelo governo, liderado pelo Presidente Peña Nieto (Partido Revolucionário Institucional-PRI), quanto pelo movimento que se opõe à abertura do setor petroleiro. Expresso numa série de mobilizações populares, nos últimos meses, ele tem como uma de suas figuras simbólicas Cuauhtémoc Cárdenas (filho do ex-presidente Lazaro e fundador do Partido de la Revolución Democrática – PRD). O governo quer uma reforma constitucional para maior estabilidade jurídica. A oposição afirma que basta reformar algumas leis complementares e dar melhores condições à Pemex. Vamos aos detalhes.

O nome do Presidente Cárdenas é citado 18 vezes nas 15 páginas de exposição de reforma constitucional enviada ao Congresso em 11 de agosto pelo Presidente Peña Nieto. A reforma é apresentada como um retorno aos fundamentos cardenistas, com o propósito de superar o constrangimento em que se encontra o país por falta de agilidade na produção de petróleo e derivados. Propõe restabelecer a redação do artigo 27 da Constituição proposta pelo Presidente Cárdenas em 1938, pela qual eram vedados contratos de concessão para exploração e produção de petróleo, mas permitia ao Estado, na condição de único proprietário do petróleo, a contratação pelo de empresas privadas para exercer essa atividade. Ou seja, a redação original dava espaço aos contratos de partilha de produção. Permitia também que fossem contratadas sob concessão as atividades de refino, transporte, e distribuição de petróleo e seus derivados. Essa redação original foi modificada em 1960 de forma a designar a Pemex como operadora única do petróleo no país, condição que ainda perdura, e que o governo pretende alterar.

O constrangimento atual da atividade petroleira é caracterizado pelo governo a partir da produção diária mexicana, que é hoje quase um milhão de barris inferior ao máximo de 3,4 milhões, atingido em 2004. A queda na produção reflete o declínio também das reservas mexicanas, suficientes para um horizonte de apenas 10 anos (curto, em se tratando de petróleo, pois os investimentos levam de cinco a sete anos para produzir resultados). O governo argumenta que as reservas atuais se encontram exclusivamente em águas rasas, enquanto que o horizonte exploratório do país está em águas profundas, localização que requer tecnologia e conhecimentos especializados, que a Pemex não detém. Argumenta que os custos e riscos de exploração em águas profundas deveriam ser compartilhados por outros operadores, em vez de recair unicamente sobre a Pemex. No momento, a Pemex já não pode investir adequadamente em todos os segmentos da indústria, em virtude da alta retenção tributária imposta pelo Estado sobre as receitas da companhia. Na exploração, apenas cinco poços foram perfurados em águas profundas desde 2010. Nenhum deles chegou ao estágio de produção. No refino a insuficiência de investimentos ameaça a segurança de abastecimento do país pois faz com que o México importe hoje 49% da gasolina e 33% do diesel que consome.

No dia 19 de agosto, o PRD apresentou sua alternativa à proposta do governo. O PRD é a favor da exclusividade da Pemex, e propõe derrubar a proposta governista de reforma da Constituição. O PRD questiona o objetivo de aumentar a produção, argumentando que a produção acelerada das grandes reservas de petróleo descobertas no México a partir da década de 1970 foi prejudicial ao interesse nacional, pois causou a exaustão de grande parte das reservas naturais, sem que as receitas de exportação tivessem se convertido em investimentos estruturantes para o país. A excessiva dependência do Tesouro das receitas da Pemex teria obrigado o país a seguir exportando, mesmo sob condições desfavoráveis de mercado. Argumenta também que a concentração dos investimentos exclusivamente em exploração e produção de petróleo deixou estagnado o segmento de refino, tornando o país dependente de importação para abastecer 50% do mercado interno de GLP, combustível residencial básico para a maioria das famílias, além de importar gasolina e diesel.

Em vez de terminar com a exclusividade da Pemex, a proposta do PRD pretende que sejam concedidas à estatal as mesmas condições de preços, investimentos, e tributos que seriam oferecidas aos investidores privados. Com isso, afirma o PRD, a Pemex teria condições de conduzir sozinha a atividade petroleira no México. Afirma o PRD que essas alterações não dependem de reforma à Constituição, bastando modificar algumas leis complementares, principalmente em três pontos. Pretende o PRD que se mude o regime fiscal, para desonerar a companhia de uma carga tributária que da ordem de 70% da receita bruta. Além da desoneração, a Pemex passaria a ter autonomia orçamentária para definir seu orçamento, em vez do Ministério da Fazenda, que submete o orçamento da companhia às metas fiscais do governo. A Pemex passaria a ter também autonomia de gestão, o que permitiria eliminar subsidiárias e reduzir gastos de administração. No âmbito do Conselho de Administração da Pemex, o PRD propõe que saiam os cinco representantes sindicais atualmente presentes. Propõe também o Ministro da Fazenda deixe o Conselho juntamente com outros quatro representantes do Executivo, permanecendo apenas o Ministro de Energia, na condição de presidente.

As razões do declínio: Por que a Pemex, tendo desfrutado do monopólio de exploração, num dos países que lideraram a produção petroleira mundial no século passado entrou em declínio acentuado – a ponto de se tornar incapaz de investir na própria sondagem das possíveis reservas mexicanas? Algumas das respostas precisam ser examinadas a fundo no Brasil. A riqueza farta do subsolo levou o Estado mexicano, proprietário da empresa, a recorrer seguidamente a ela para se financiar, evitando decisões políticas difíceis porém importantes.

Derivados de petróleo artificialmente baratos (em especial, a gasolina) alimentaram a cultura do automóvel, mas estrangularam a capacidade de investimento da Pemex. Sem vontade política para financiar os serviços públicos tributando os mais ricos e redistribuindo riqueza, o Estado impôs pesada carga de impostos sobre a empresa. A presença maciça de representantes do Poder Executivo em seu Conselho de Administração levou-a a suportar tais condições sem resistir. Quando esgotou-se o petróleo fácil (extraído sem complicações, desde o final do século 19), a estatal não tinha suficientes recursos, nem capacidade tecnológica, nem agilidade administrativa ou autonomia financeira para sondar os possíveis depósitos submarinos.

A condição de empresa 100% estatal e a posse, sem concorrentes, de toda a riqueza petroleira do México não foram capazes de socorrer a Pemex. É por isso que parece pobre o debate travado, no Brasil, sobre os contratos de partilha a ser firmados no Pré-Sal. A questão não está num dilema binário, entre firmá-los ou não. Dois fatos históricos o comprovam. Um é o exemplo do próprio México, onde Lazaro Cárdenas, um nacionalista odiado pelos Estados Unidos, admitiu estes contratos. Outro, a mudança profunda na exploração petroleira, registrada, em todo o mundo, nos últimos vinte anos. Neste período, as transnacionais, que dominavam a exploração, perderam espaço muito rapidamente, controlando apenas 9% das reservas atuais. O instrumento principal utilizado pelos Estados, para reassumir sua riqueza petroleira, foi exatamente adotar uma nova modalidade de contrato, que lhes dá poderes para definir condições e ritmos de extração.

A Petrobras é muito distinta da Pemex atual. Sua capacidade tecnológica para operar em águas profundas e ultra-profundas é reconhecida internacionalmente. Sua experiência de planejamento, agilidade administrativa e autonomia financeira dão-lhe condições de captar e gerenciar recursos.

Infelizmente, contudo, a empresa sofre crescente pressão de fatores adversos semelhantes aos que tolheram a Petroleos Mexicanos. Eles estão presentes no subsídio ao consumo da gasolina e no movimento para explorar o Pré-Sal levando em conta, cada vez mais, não os interesses estratégicos do país, mas a necessidade de cumprir mestas fiscais.

Em 22 de outubro já conheceremos o resultado do leilão de Libra e, possivelmente, da votação da reforma constitucional mexicana. Conheceremos as primeiras conseqüências desses resultados para a Petrobras e para a Pemex, em suas vidas paralelas.

Diretora da ANP prestará esclarecimentos sobre leilão do pré-sal

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, participará de audiência pública nesta quarta-feira (11), às 11 horas, na Câmara dos Deputados, para prestar esclarecimentos sobre o leilão do campo petrolífero de Libra, na Bacia de Santos.

Com previsão de 8 bilhões a 12 bilhões de barris de petróleo recuperáveis, numa área de 1,5 mil quilômetros quadrados – atualmente, toda a reserva nacional é de cerca de 15,7 bilhões de barris –, o campo de Libra foi leiloado no último dia 21 de outubro.

Apesar da expectativa de participação de até quatro consórcios, houve apenas um, formado pelas empresas formado pelas empresas Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC. Ele venceu o leilão com a proposta de repassar à União 41,65% do excedente em óleo extraído do campo – percentual mínimo fixado no edital.

Para o deputado Ângelo Agnolin (PDT-TO), que pediu a realização da audiência pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, o resultado “ficou bom para todas as empresas, mas não para a sociedade brasileira”. Ele considera que não houve concorrência, e acrescenta que “há indícios de que as empresas que poderiam liderar os diferentes consórcios preferiram se juntar entre elas em um consórcio único, tirar as demais empresas da concorrência e garantir a vitória com lance mínimo”. Agnolin afirma ainda que isso pode gerar um prejuízo de centenas de bilhões de reais para os cofres públicos.

A audiência ocorrerá no Plenário 5.

Recuperação judicial da OGX não protege concessões, diz ANP

Isso significa que os blocos da companhia precisam continuar seguindo os compromissos assumidos com a agência, sob risco de terem contratos extintos


O procurador da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Olavo Bentes disse, nesta segunda-feira, 9, que a recuperação judicial da OGX, que protege os ativos da companhia por dois anos, não se aplica a concessões. Ou seja, os blocos da companhia precisam continuar seguindo os compromissos assumidos com a ANP, sob risco de terem contratos extintos.

No momento, mesmo com a recuperação judicial, Bentes disse que não há indícios de que a empresa vá desonrar compromissos. Acrescentou ainda que não há movimentos neste momento dentro da agência para extinguir contratos.

“A preocupação da ANP é que a empresa tenha capacidade de tocar seus projetos dentro das melhores práticas do mercado”, disse a jornalistas durante seminário promovido pelo Centro de Excelência em Desenvolvimento, Petróleo, Energia e Mineração (Cedpem).

A OGX, esclarece Bentes, não tem impedimentos para vender sua participação ou ter seus compromissos assumidos por parceiros, sendo isso uma decisão da petroleira. Cabe à ANP apenas zelar para que o petróleo, de propriedade da União, seja adequadamente explorado pelo concessionário.

Mesmo após o descumprimento hipotético de alguma regra do contrato de concessão com a ANP, a agência ainda poderia conceder um prazo de 90 dias para que a empresa pudesse vender sua parte na concessão antes de ter o contrato extinto. “É a primeira vez que isso acontece no Brasil e tudo até o momento é apenas especulação”, disse.

A Justiça aceitou parcialmente em novembro o pedido de recuperação judicial da petroleira OGX. A decisão deixou de fora as subsidiárias da companhia no exterior e deu aval ao processo das empresas com sede no Brasil.

Acionistas da OGX aprovam mudança de nome da empresa

A companhia passa a chamar Óleo e Gás Participações


Os acionistas da petroleira em recuperação judicial OGX, do grupo de Eike Batista, aprovaram na sexta-feira a mudança da denominação social da empresa para Óleo e Gás Participações, segundo ata de assembleia divulgada na noite de sexta-feira.

Na reunião de 6 de dezembro, os acionistas também ratificaram o pedido de recuperação judicial da empresa. A assembleia votaria o grupamento de ações da empresa, mas o item foi retirado da pauta.

A OGX era considerada o ativo mais precioso de Eike e no início de novembro entrou com pedido de recuperação judicial com dívida de 11,2 bilhões de reais.

OGX anuncia segundo poço em atividade em Tubarão Martelo

Área exploratória é a aposta de sobrevivência para a empresa controlada pelo empresário Eike Batista


A petroleira OGX iniciou a produção de petróleo no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, em uma área exploratória que é a aposta de sobrevivência para a empresa controlada pelo empresário Eike Batista.

Em comunicados divulgados à parte nesta sexta-feira, a OGX e a OSX, proprietária da plataforma FPSO OSX-3 utilizada na operação, anunciaram o início da produção, mas não deram detalhes adicionais, como o volume envolvido.

A produção foi iniciada por meio do poço horizontal TBMT-8H, disse a OGX.

No começo de julho, a OGX anunciou a desistência de investir em alguns campos na Bacia de Campos antes considerados promissores. Desde então, Tubarão Martelo é apontado como o principal ativo da companhia.

A FPSO OSX-3 tem capacidade para processar até 100 mil barris de óleo por dia, e pode estocar até 1,3 milhão de barris, segundo informações do site da OSX.

Petronas adia planos de explorar blocos no Brasil

Companhia decidiu tirar o pé do acelerador e só deverá analisar futuros leilões da ANP para blocos exploratórios no longo prazo


A tentativa frustrada de investir em blocos exploratórios de petróleo no Brasil não tirou o apetite da petroleira Petronas, da Malásia, de fazer suas apostas no País.

A companhia, contudo, decidiu tirar o pé do acelerador e só deverá analisar futuros leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para blocos exploratórios no longo prazo, disse Guilherme de Paula, presidente da Petronas para América Latina.

“Os planos de investimentos em blocos exploratórios no Brasil estão em ‘stand-by'”, afirmou o executivo. Voltar ao jogo nesse setor deverá ser em 2015.

O projeto da companhia para esse setor era ambicioso. Em maio, a Petronas anunciou a compra de 40% dos blocos BM-C-39 e BM-C-40, localizados na bacia de Campos, referentes ao campo de Tubarão Martelo, da OGX, empresa de óleo e gás do empresário Eike Batista. No mês passado, oficializou a rescisão de contrato, uma vez que a OGX entrou em recuperação judicial.

O foco da petroleira agora ficará concentrado no segmento de lubrificantes, no qual a Petronas ocupa a sexta posição no País. “Apesar de ser um negócio relativamente pequeno, é uma operação muito ligada à tecnologia e à marca do produto.”

Em 2012, a fatia da Petronas nesse segmento ficou em 8,6%, atrás das gigantes BR Distribuidora (Petrobras), com 24,1% de participação; Ipiranga (Ultra), com 16,8%; Cosan (15,5%); Shell, 14,1%; e Chevron, 13,1%, de acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom). A comercialização de óleos lubrificantes totalizou 1,382 bilhão de litros, segundo dados da ANP.

A petroleira malaia reservou R$ 300 milhões de investimentos nesse segmento até 2017, dos quais R$ 160 milhões serão feitos no Brasil. A meta é ficar entre as cinco maiores nos próximos anos.

Com a marca Selenia, seu carro-chefe, a Petronas vai investir em mídia para consolidar a marca no País. Ao contrário das gigantes do setor que atuam nesse segmento, a companhia não tem canal próprio de distribuição. A expansão vai se dar por meio de parcerias com redes de postos independentes. O País conta com cerca de 36 mil posto de combustíveis, dos quais metade não está ligado a redes.

A operação de lubrificantes do grupo fica em Contagem (MG), com capacidade de 220 milhões de litros por ano. A empresa exporta para 15 países. O volume de produção atual é de 140 milhões de litros/ano. Aquisições futuras não estão descartadas nos próximos anos. Os países latino-americanos entram como principal alvo, segundo o executivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Petrobras nega saída de Graça Foster em meio polêmica

As ações da companhia petrolífera estão na mira dos investidores desde sexta-feira


A Petrobras desmentiu nesta quarta-feira em comunicado enviado ao mercado a suposta renúncia ou cassação de sua presidente, Graça Foster, em meio a polêmicas por um reajuste dos preços dos combustíveis que provocou uma forte queda das ações da companhia.

A empresa enviou o comunicado para esclarecer diferentes aspectos da nova política de preços que discutiu com o governo e que adotou desde sexta-feira, assim como para desmentir diferentes versões geradas pelo debate.

“Em relação a especulações sobre a saída da presidente Maria das Graças Foster, a Petrobras rejeita qualquer afirmação dessa natureza”, disse o comunicado.

As ações da companhia petrolífera estão na mira dos investidores desde sexta-feira, quando o governo anunciou um reajuste de preços dos combustíveis e deixou em dúvida se está disposto a conceder os incrementos periódicos previstos na nova política da empresa.

Diante dessa dúvida, as ações ordinárias da Petrobras caíram 10,37% na segunda-feira e os títulos preferenciais perderam 9,21%, números que representam suas maiores perdas em um só dia em vários anos.

Apesar da alta de 4% no preço da gasolina e de 8% no do diesel anunciadas na sexta-feira, a empresa aliviou momentaneamente os cofres da estatal, não cumpriu a expectativa da companhia de igualar os preços internos com os internacionais.

A empresa acumula perdas significativas por cobrar no país preços inferiores aos do mercado internacional e precisa importar grande parte dos combustíveis consumidos no Brasil, pelos quais paga valores internacionais.

Para permitir uma convergência entre os preços locais e os internacionais, a Petrobras propôs no mês passado a adoção de um sistema de reajuste periódico de preços que leve em conta os valores no mercado mundial.

A nova política de preços começou sem que fossem divulgados os detalhes e após ser discutida com o governo, mais preocupado com combater a inflação.

No comunicado ao mercado, a Petrobras esclareceu que a metodologia de definição de preços aplicada a partir deste mês já leva em conta “variáveis como o preço de referência dos derivados no mercado internacional e a taxa de câmbio, assim como a origem do derivado vendido, ou seja, se foi refinado no Brasil ou importado”.

A empresa acrescentou que a nova política não prevê altas automáticas, mas a definição de “faixas de reajuste”, que permitem a sua direção definir as altas e baixas “à luz da dinâmica dos mercados doméstico e internacional”.

As versões sobre a destituição de Foster surgiram depois que o governo admitiu ser contra a decisão da Petrobras de divulgar que estudava uma nova política de preços antes que fosse oficialmente aprovada.

Preços de petróleo não devem oscilar muito em 2014, diz Opep

Segundo secretário-geral da Opep, poderá ser um “ano normal” no qual preço do petróleo brent deverá continuar a ser negociado entre US$ 100 e US$ 110 por barril


O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Abdallah Salem el-Badri, disse que os preços de petróleo não devem subir ou cair de maneira acentuada no próximo ano.

Falando a repórteres após a decisão da Opep de manter as quotas de produção de óleo por mais seis meses, Abdallah Salem el-Badri afirmou esperar que 2014 não seja complicado.

Segundo ele, poderá ser um “ano normal” no qual o preço do petróleo brent deverá continuar a ser negociado entre US$ 100 e US$ 110 por barril.

“Eu acho que a decisão de manter a produção atual é excelente”, disse o secretário-geral. “Neste momento, todo mundo está feliz e queremos continuar assim.”

Para El-Badri, o mercado deve permanecer bem equilibrado no futuro previsível. Nesta quarta-feira, os países membros da Opep também estenderam o mandato de el-Badri por mais um ano.

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