PetroPET – Programa de Educação Tutorial em Engenharia de Petróleo

Baker Hughes reduz equipe no Brasil após perder contratos

A terceira maior fornecedora de serviços em campos de petróleo do mundo perdeu contratos com a Petrobras para sua concorrente Halliburton


A Baker Hughes Inc., terceira maior fornecedora de serviços em campos de petróleo do mundo, está reduzindo sua equipe no Brasil após perder contratos com a Petrobras para sua concorrente Halliburton Co., disse o Sindicato dos Petroleiros.

A Baker Hughes demitiu cerca de “150 trabalhadores nos últimos dois meses e disse que demitirá outros 150”, disse José Rangel, diretor do Sindipetro Norte Fluminense, que representa parte dos trabalhadores, em entrevista por telefone, de Macaé, Rio de Janeiro.

Os cortes ocorrem na sequência da perda de contratos para outras empresas, algumas das quais estão contratando os trabalhadores demitidos, disse Rangel.

Empresas de serviço como a Baker Hughes, com sede em Houston, estão enfrentando margens menores em contratos com a Petrobras, que responde por 92 por cento da produção de petróleo do Brasil, em um momento em que a petrolífera estatal busca reduzir custos. A Baker Hughes teve uma substancial “desmobilização” no terceiro trimestre, disse o CEO Martin Craighead em 18 de outubro.

A Halliburton, a fornecedora número 2, demitiu cerca de 100 trabalhadores neste ano mesmo após conquistar trabalho adicional, segundo o sindicato.

“A Baker Hughes reposicionou ativos e equipes fora do Brasil após perder participação de mercado para a Halliburton”, disse Brad Handler, analista em Nova York da Jefferies Group LLC, por telefone. “A Halliburton aumentou seus recursos na expectativa de conseguir mais trabalhos, mas agora está buscando reduzi-los após registrar volumes menores que o esperado”.

Participação de mercado

Christine Mathers, porta-voz da Baker Hughes, disse em uma resposta a perguntas por e-mail que a empresa tem mais de 1.800 empregados no Brasil e continua executando um plano para melhorar a lucratividade. Ela preferiu não comentar a respeito das demissões.

A Petrobras preferiu não comentar a respeito de decisões tomadas por outras empresas ou seus programas de perfuração, disse em uma resposta enviada por e-mail. A Halliburton não respondeu às perguntas enviadas por e-mail. As ações da Baker Hughes subiram 32 por cento nos últimos 12 meses, enquanto a Halliburton está em alta de 57 por cento.

A participação da Baker Hughes no mercado de serviços de perfuração offshore no Brasil caiu para cerca de 20 por cento, contra 50 por cento após a rodada de contratações de 2012, enquanto a Halliburton subiu para 50 por cento, disse Handler.

A Halliburton está crescendo em um momento em que a Petrobras corta alguns programas de perfuração do pré-sal para focar na bacia de Campos, onde pode obter petróleo mais rapidamente porque possui uma rede de plataformas e dutos instalados, disse ele.

Mudança de foco

“No Brasil, temos visto uma significativa redução na atividade de perfuração ao longo do ano com uma mudança no foco”, disse o diretor de operações da Halliburton, Jeff Miller, em uma teleconferência em 21 de outubro.

“Estamos trabalhando com nosso cliente para dimensionar nossa presença operacional, mas esperamos que os níveis reduzidos de atividade se estendam no quarto trimestre e continuem no ano que vem”.

O papel da Petrobras como a produtora dominante deixa as empresas de serviço vulneráveis a mudanças em seus planos de investimento, disse Will Honeybourne, diretor-gerente da First Reserve, uma empresa de private equity que investe na indústria de petróleo e gás.

A obrigação legal da empresa de operar todos os novos projetos do pré-sal com um mínimo de 30 por cento de participação significa que os fornecedores continuarão dependentes de um único cliente no futuro, disse ele.

A Petrobras tomou medidas para reduzir os custos e aumentar a eficiência no ano passado depois que Maria das Graças Foster se tornou CEO. A empresa tem um plano de investimento de cinco anos, de US$ 237 bilhões, centrado em torno do desenvolvimento das maiores descobertas de petróleo do mundo neste século em águas profundas.

Embora esteja desenvolvendo as reservas do pré-sal, a Petrobras obteve taxas de vazão maiores do que o esperado nos poços, o que a levou a reconsiderar o número de poços necessário.

Sob contratos brasileiros o número de poços a serem perfurados pode ser alterado e a Halliburton agora está negociando para levar equipamentos para fora do país após expandir para um nível de capacidade mais elevado que o necessário, disse Handler, da Jefferies.

Petrobras perde R$ 24 bilhões em valor de mercado, diz consultoria

Ações ordinárias da empresa caíram mais de 10% nesta segunda. Valor de mercado da estatal terminou o dia em R$ 219,5 bilhões.


A queda de mais de 10% nas ações da Petrobras, ocorrida nesta segunda-feira (2), levou a uma perda de R$ 24 bilhões no valor de mercado da empresa, segundo a consultoria Economatica. O montante, que era de R$ 243,46 bilhões na última sexta-feira (29), passou para R$ 219,46 bilhões nesta segunda, de acordo com a consultoria.

O recuo nas ações, que foi o maior em cinco anos, segundo Economatica, ocorreu porque os investidores ficaram frustados com a falta de uma política transparente de reajuste de preços dos combustíveis pela companhia.
Na sexta-feira, a Petrobras anunciou elevação média do preço da gasolina nas refinarias no país em 4% e do diesel em 8%, em um momento em que sofre com um caixa apertado e alto endividamento. A medida vinha sendo buscada pela diretoria da Petrobras para reduzir a diferença entre o preço pago pelo combustível no exterior e o valor vendido no país. E já faz parte da metodologia de preços aprovada na última sexta.
No entanto, diferente do que esperava o mercado, a empresa disse que “por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia”.
Nesta segunda, as ações preferenciais, sem direito a voto, da Petrobras perderam 9,20% nesta segunda e as ordinárias, que dão direito a voto, desvalorizaram 10,37%. Desde novembro de 2008, quando caíram mais de 13%, os papéis da estatal não tinham queda tão acentuada, segundo a Economatica.
As ações da Petrobras ajudaram a puxar a Bovespa para a mentor cotação em cinco anos. A bolsa terminou o dia com queda de 2,36%, para 51.244 pontos, a menor cotação desde agosto deste ano.

Reajustes automáticos

Em outubro, a estatal anunciou que uma metodologia de reajustes automáticos havia sido aprovada pela diretoria, com a introdução de uma fórmula de precificação do diesel e da gasolina que desse maior previsibilidade à geração de caixa e redução dos índices de alavancagem da Petrobras.
“O que estamos prevendo é que a nova política contemple a nossa previsibilidade e permita a implantação do plano de negócios que temos”, afirmou em outubro o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, referindo-se aos investimentos de US$ 236,7 bilhões previstos de 2013 a 2017.
De acordo com fato relevante da empresa, de 30 de outubro, os reajustes seriam “automáticos”, baseados em diferentes “variáveis”, o que não foi aprovado em reunião do Conselho de Administração.

Rebaixamento do País afetaria Petrobras, diz executivo

O rebaixamento poderia afetar a captação de recursos, não em termos de volume – “a liquidez está lá” – mas em termos de custo


O gerente-executivo da área Financeira da Petrobras Jorge José Nahas, disse nesta segunda-feira, 02, durante palestra no seminário “Reavaliação do Risco Brasil”, no Rio, que “contar com mercado financeiro é fundamental para a Petrobras”.

Nahas comentou o efeito de um hipotético rebaixamento da nota de classificação de risco do Brasil por agências internacionais, um dos temas debatidos no evento. Segundo ele, o rebaixamento teria efeito catastrófico, especialmente para as grandes empresas, incluindo a Petrobras.

O rebaixamento poderia afetar a captação de recursos, não em termos de volume – “a liquidez está lá” – mas em termos de custo.

Segundo o gerente-executivo, a empresa tem limites internos (de endividamento) que são perseguidos de forma a manter “um investment grade sólido”. Hoje, lembrou, as três grandes agências classificam a Petrobras como grau de investimento, o que considerou uma posição confortável que a empresa trabalha para manter.

O executivo diz que a Petrobras utiliza indicadores usados pelas agências e tem tomado medidas de forma a manter a nota.

Entre elas, citou a manutenção de um caixa mínimo adequado, para não sofrer surpresas com um eventual fechamento do mercado, bom relacionamento com o mercado financeiro internacional, diversificação de fontes de financiamento e transparência e governança.

A possibilidade de o Brasil perder o grau de investimento também preocupa o ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, para quem as atuais incertezas em torno dos rumos da economia brasileira deixam o País em posição mais fragilizada.

“Quando se tem a possibilidade, mesmo que remota, de perder o grau de investimento, temos a obrigação de acender o sinal amarelo, roxo ou preto. Precisamos agir antes que isso se torne realidade, porque o preço (para o País), se acontecer, não é baixo”, alertou, durante palestra no mesmo evento.

O empresário lembrou que um rebaixamento significa elevação no custo de capital, o que, segundo ele, seria “cruel” para o País nesse momento. “O custo de capital afeta decisões de projetos e investimentos em infraestrutura”, ressaltou.

Agnelli pondera que investimentos em infraestrutura são de longo prazo, que necessitam de um horizonte de maior clareza para serem levados adiante.

Uma das estratégias para evitar uma perda de rating seria o governo dar mais transparência aos projetos na área fiscal e cumprir promessas. “Quando abro os jornais vejo notícias muito conflitantes. (…) Promessas precisam ser cumpridas e fazer novas promessas indicando onde se quer chegar”, afirmou.

CNPC pode participar de outros leilões de petróleo no Brasil

Presidente de filial do CNPC, um dos grupos que compõem consórcio vencedor do Campo de Libra, disse que a empresa pretende participar de outros leilões


Presidente da CNODC Brasil Petróleo e Gás, – filial do CNPC, um dos grupos chineses que compõem o consórcio vencedor do Campo de Libra – Bo Qiliang disse que a empresa pretende participar de outros leilões no Brasil. “Estamos focados no projeto corrente, de Libra, mas abertos para avançar em outros projetos. Mas ainda é cedo para [detalhar] isso”, disse ele à Agência Brasil, após participar da cerimônia de assinatura do primeiro contrato para partilha e exploração do pré-sal.

A declaração do chinês vai ao encontro do que espera a presidente Dilma Rousseff. “O Brasil dá claramente um sinal efetivo, concreto e inequívoco de que está aberto ao investimento privado, nacional ou estrangeiro. Essa solenidade atesta, mais uma vez, o sucesso das parcerias que o meu governo tem firmado com a iniciativa privada. Parcerias que vão além do petróleo e do pré-sal”, destacou ela.

O leilão teve como vencedor o consórcio formado pelas empresas Petrobras (40%), Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%) e Cnooc (10%). O critério que definiu o primeiro colocado na licitação foi o excedente em óleo oferecido pelo consórcio, que ficou em 41,65%. A Petrobras entrou com 10% na oferta, além da sua participação mínima de 30%. Os investimentos partem das empresas vencedoras, e não do Estado.

De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Nacional e Biocombustíveis (ANP), Libra poderá gerar cerca de R$ 300 bilhões em royalties ao longo de 30 anos de produção. Do total, 75% serão aplicados na educação e 25% na saúde. O consórcio vencedor pagará ainda um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões à União. Essa será a primeira experiência do Brasil no regime de partilha da produção.

Com cerca de 1,5 mil quilômetros quadrados, o Campo de Libra está localizado na Bacia de Santos, a cerca de 170 quilômetros do litoral do estado do Rio de Janeiro.

Dilma estimula investidores a apostar no petróleo brasileiro

Presidente encorajou investidores a apostar no petróleo brasileiro durante assinatura do contrato de concessão da maior jazida do país, o Campo de Libra


A presidente Dilma Rousseff liderou nesta segunda-feira a assinatura do contrato de concessão da maior jazida petroleira do país a um consórcio integrado por empresas estrangeiras e a estatal Petrobras e encorajou aos investidores a apostar pelo Brasil.

“O Brasil dá sinal efetivo concreto, e inequívoco que está aberto ao investimento privado, nacional ou estrangeiro”, declarou Dilma durante a assinatura do contrato de concessão.

O consórcio que se adjudicou o Campo de Libra é integrado por Petrobras (40%), a francesa Total (20%), a anglo-holandesa Shell (20%) e as chinesas China National Corporation (10%) e China National Offshore Oil Corporation (10%).

O campo de Libra é considerado a maior jazida petroleira do Brasil e calcula-se que guarde reservas recuperáveis de 8 a 12 bilhões de barris e está situada em águas profundas do oceano Atlântico, a 183 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.

Segundo Dilma, a concessão desse campo à iniciativa privada ratifica o interesse de seu governo em contar com empresários que “queiram investir” tanto em petróleo, como em estradas, portos, aeroportos e outras infraestruturas.

A presidente destacou a capacidade tecnológica da Petrobras, que levou ao descobrimento do chamado pré-sal, um novo horizonte de hidrocarbonetos no qual se situa o campo de Libra, o maior de diversos jazidas que, em conjunto, pudessem conter até 80 bilhões de barris de petróleo.

“Sem dúvida, o descobrimento do pré-sal foi o maior da última década no mundo do petróleo”, afirmou.

O consórcio vencedor foi o único que se interessou no leilão e pagará um cânone de R$ 15 bilhões ao Estado, que além disso receberá 41,65% do petróleo excedente uma vez descontados os custos de produção.

Dilma ressaltou que, o dinheiro que arrecade o Estado mediante essa concessão petrolífera será destinado a investimentos em educação e saúde e à constituição de um “fundo social estratégico”, que será uma “garantia para a melhora da qualidade de vida” da sociedade brasileira.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, presente no ato, destacou além disso que o desenvolvimento do campo de Libra será um fator gerador de “milhares de empregos” diretos e indiretos.

Segundo as condições da licitação, pelo menos 59% das equipes e dos serviços utilizados para a exploração da jazida, incluindo plataformas marinhas, gasodutos e equipes submarinas, deverá ser fabricado no país.

Partilha dá longevidade aos benefícios do pré-sal, diz Dilma

Segundo a presidente, a iniciativa reforça as instituições que existem no Brasil nessa área


A presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta segunda-feira, 02, na cerimônia da assinatura do contrato para a exploração do Campo de Libra, que o regime de partilha é garantia de longevidade dos benefícios do pré-sal.

“Estamos aqui porque elaboramos um novo modelo de partilha, um novo marco regulatório dessa área para exploração do pré-sal, condizente com os interesses nacionais e muito atrativo para as empresas privadas e públicas internacionais que atuam no setor”, disse.

Segundo ela, a iniciativa reforça as instituições que existem no Brasil nessa área. “Me refiro à PPSA (estatal Pré-Sal Petróleo S.A.), para atuar especificamente na área do pré-sal, me refiro também a toda competência adquirida pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) ao longo desse processo. Esse reforço institucional foi muito importante para o Brasil”, destacou Dilma.

A presidente aproveitou o discurso para destacar que 75% da renda obtida com a operação do Campo de Libra vai “ficar com o Estado brasileiro”.

“Esse modelo é o mais adequado e nós acreditamos porque no pré-sal o risco é menor, mais baixo, uma vez que nós sabemos que, no campo de Libra, tem muito petróleo, de boa qualidade e sabemos como extraí-lo”, comentou, ressaltando as reservas estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris de óleo.

Ela prevê que Libra trará ao País, nos próximos 35 anos, um volume de recursos da ordem de R$ 1 trilhão para a educação e a saúde e será “peça central para o período de prosperidade que durará muitas décadas”, além de demonstrar que o País está aberto ao investimento privado e estrangeiro.

“Isso atesta mais uma vez o sucesso das parcerias que o meu governo tem firmado com o setor privado, que vão além do petróleo e do pré-sal, embora esse seja o setor mais estratégico, e chegam a rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.”

Dilma afirmou que a exploração do campo de Libra, a exemplo do que já ocorre com os campos do pós-sal, vai se propagar pela economia e destacou que, devido aos requisitos mínimos de conteúdo local, a maior parte das plataformas, máquinas, equipamentos e gasodutos será fabricada no País, gerando empregos, renda e um novo surto de desenvolvimento na indústria naval.

A presidente ressaltou a capacidade técnica, econômica e financeira das empresas que formam o consórcio – Petrobras, Shell, Total, CNPC e CNOOC. “É importante sinalizar que, nesse leilão, foram selecionadas grandes empresas, importantes empresas”, afirmou.

Libra produzirá 1,4 mi de barris de petróleo/dia, diz Lobão

O consórcio de Libra é formado por Petrobras, pelas chinesas CNPC e CNOOC, a anglo-holandesa Shell e a francesa Total


O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta segunda-feira, 2, que o campo de Libra, do pré-sal, cujo primeiro contrato de partilha foi assinado hoje, produzirá em seu pico 1,4 milhão de barris de petróleo e 40 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.

“Em 2013, a produção nacional deve alcançar 2,1 milhões de barris diários de petróleo”, afirmou. “Somente Libra representará 67% da condição atual do país”, acrescentou.

O consórcio de Libra é formado por Petrobras, pelas chinesas CNPC e CNOOC, a anglo-holandesa Shell e a francesa Total, que ganharam a concessão para exploração de petróleo e gás natural na área.

Sobre Libra, o ministro destacou ainda que a arrecadação estimada para a União é de R$ 270 bilhões de royalties. “A União poderá arrecadar até R$ 1 trilhão com os royalties, o bônus de assinatura, os tributos e a comercialização da sua parte do excedente em óleo”, concluiu.

Edison Lobão disse que a assinatura do contrato do campo de Libra como “coroa um longo e vitorioso processo”. Destacou, ainda, que, além do leilão de Libra, foram feitas neste ano duas outras rodadas “bem-sucedidas”.

“A 11ª rodada, que marcou a retomada dos leilões, superou toda as expectativas”, disse. “Nela foram superados os recordes em relação ao bônus de assinatura, de programa exploratório mínimo e de maior bônus por um único bloco”, completou.

Sobre a 12ª rodada, Lobão ressaltou que ela foi a primeira focada em gás natural, “com oferta de blocos exclusivamente em terras”. “Não tenho dúvidas em afirmar que o grande interesse demonstrado coroaram o ano de 2013 como de grande sucesso para o setor de petróleo e gás no Brasil”, acrescentou.

O ministro disse ainda que agora, com a realização do leilão e a assinatura do contrato de Libra, foi completado um ciclo que contribui para a segurança energética do País. “O Brasil é apontado por organizações internacionais como tendo potencial para ser o sexto maior produtor de petróleo até 2020”, afirmou Lobão.

“O que atrai investimento é o respeito aos contratos”

Presidente da britânica BG para a América do Sul, Nelson Silva, diz que os temores sobre a economia brasileira não afetam o grupo


Nos próximos cinco anos, a petroleira inglesa BG planeja investir US$ 15 bilhões na exploração de óleo e gás no Brasil. Principal parceira da Petrobras nos campos de pré-sal já em atividade, a empresa se tornará em 2014 a segunda maior produtora de petróleo do país, atrás apenas da estatal, mas bem à frente das demais concorrentes estrangeiras. O fato de não ter participado dos leilões mais recentes de Libra e de extração de gás não significa um pé no freio.

Em entrevista ao Brasil Econômico, o presidente executivo (CEO) da BG para a América do Sul, Nelson Silva, explicou que seu grupo prefere assumir riscos por conta própria, evitando entrar na disputa por reservas já conhecidas. “A BG assume o risco exploratório – risco calculado, obviamente – para entregar o valor da descoberta, quando há descoberta, ao acionista. Já existindo uma descoberta, a margem é muito pequena”. Essa estratégia, segundo ele, não é afetada por prognósticos negativos sobre a economia ou pela ameaça das empresas de classificação de risco de reduzirem o rating do Brasil. “Acima de tudo, o que atrai o investimento é a segurança jurídica e o respeito aos contratos”, explica o empresário, acescentando: “O ímpeto do nosso investimento no país é criado pela oportunidade e pelo arcabouço legal e institucional onde a gente opera”.

A BG ficou fora da 12ª Rodada de Licitações, realizada na última quinta-feira. Por quê?

Por decisão estratégica. Nossa área de exploração está constantemente olhando várias oportunidades e cada oportunidade é comparada com outras que temos no portfólio. Como a gente não pode estar em todos os lugares, temos que priorizar. E decidimos não participar dessa rodada. Da 11ª Rodada participamos fortemente, adquirimos 10 blocos. Numa próxima rodada, dependendo das condições e do momento, podemos voltar a participar.

Alguma relação com o fato de ser uma rodada voltada para o gás natural?

Não. Tem a ver com a oportunidade em si. São vários elementos, não é só a economicidade. Nesse momento, decidimos não participar. Iremos participar de futuras rodadas no Brasil sempre que as condições da rodada em si, naquele momento, forem atrativas.

E o que a empresa entende como uma rodada atrativa?

São muitos fatores. Começa com a análise da oportunidade pela área de exploração. A gente tem que enxergar uma coisa que seja atrativa do ponto de vista econômico, em função de uma série de premissas que adotamos. É um trabalho de probabilidade, um trabalho de análise sísmica, dos documentos disponíveis. Na 11ª rodada, por exemplo, eram quase 300 blocos e nós fizemos oferta por 12. A gente olha um portfólio desse tamanho e foca em determinada área, neste caso, a Bacia de Barreirinhas. Fomos em 12 blocos e levamos 10. Tivemos sucesso.

Com relação a Libra, o que pesou para a BG ficar de fora?

O fator mais importante foi que o leilão de Libra, por se tratar de uma descoberta, com menos risco exploratório, não está alinhado com nossa estratégia, que é assumir o risco exploratório para entregar o valor da descoberta ao acionista. Já havendo uma descoberta, o ganho de valor é muito pequeno. Mal comparando, é como comprar um bilhete premiado. Você vai pagar o preço do bilhete premiado. Ao passo que, se você comprar antes do sorteio…

A ideia, então, é pagar barato e valorizar depois…

É. Mas o barato pode sair caro se o risco for muito alto. O desafio é achar o equilíbrio entre investimento e risco.

A adoção do regime de partilha teve impacto?

Não. Operamos em vários países com regime de partilha. Mas geralmente em áreas onde há risco exploratório.

De alguma forma a mudança na regulação impactou o leilão?

Para nós, teria pouco impacto. Não saberia dizer para outras empresas, seria especulação. No nosso caso, é desalinhamento com a estratégia, na medida em que já existe uma descoberta. É claro que já estamos investindo muito no Brasil e na Austrália. O leilão pegou a empresa em uma época em que o investimento já é bastante forte. Nosso investimento no Brasil, que já soma US$ 5 bilhões, vai ser em torno de US$ 3 bilhões por ano entre 2013 e 2018. E não vai parar por aí. Então, só nesse período entre 2013 e 2018, vamos investir US$ 15 bilhões.

Os chineses vieram com forte participação em Libra. Eles se tornam um concorrente para empresas como a BG, que fornecem petróleo para a China?

É natural que um grande consumidor de qualquer commodity busque posições na produção, seja em empresas, em minas, campos de petróleo… que ele estrategicamente decida fazer parte de uma mina na África ou de um poço de petróleo no Brasil. A gente vê os chineses no mundo todo, investindo em áreas produtoras de commodities. Não tem um aeroporto da África que a gente não veja chineses. O fato de ter uma participação importante em algum campo não significa redução do apetite por importações. Acho que é um hedge natural: se sou grande importador de alguma coisa, é natural que eu tenha um hedge grande na produção. A melhor maneira de me proteger dos ciclos de preços das commodities é ter alguma produção, isso atenua parte das variações para cima e para baixo.

Fala-se muito em um rearranjo da geopolítica do petróleo por conta da produção crescente de gás nos EUA. Como isso influi nos planos da BG?

Nós estamos adquirindo gás nos EUA para exportação também, vemos os EUA como mais uma fonte de fornecimento.

Mas esse cenário pode ter impacto na viabilidade dos investimentos de longo prazo no Brasil?

Não acho. Primeiro, o fenômeno shale gas é muito circunscrito, muito peculiar aos Estados Unidos. Não basta só ter as reservas. Tem que ter conhecimento geológico e lá se conhece isso há mais de 100 anos. Depois, tem que ter indústria de serviços grande, que tenha alternativas de empresas que possam vir e explorar. E nisso também os Estados Unidos são um país único. A um telefonema pode-se encontrar várias empresas, que têm condições de trazer os equipamentos e começar a perfuração no dia seguinte. O subsolo lá pertence ao fazendeiro. Então ele pode contratar empresa de serviço para perfurar suas terras. Os Estados Unidos têm ainda uma rede de dutos privada enorme, que permite que o produtor possa escolher quanto vai gastar de transporte entre o ponto A e o ponto B. E tem um mercado consumidor enorme, muito próximo das jazidas. Então, são quatro elementos importantes: o conhecimento das reservas; indústria de serviços muito ativa e segmentada; rede de gasodutos de transporte vasta; e o mercado consumidor. São condições muito particulares domercado norte-americano. É claro que todos nós gostaríamos de ter acesso. O mundo todo vê isso acontecendo e fala: “Puxa, vamos replicar”. Mas não basta ter apenas reservas para replicar. Então, o shale gas afeta – como de fato já está afetando bastante – a matriz energética norte-americana, os custos nos EUA. Mas não é necessariamente um fenômeno de alcance mundial.

Mas se há uma redução da dependência do principal mercado consumidor, deve ter impacto no preço da commodity.

Deve ter uma mudança no consumo de petróleo nos EUA. E isso tem um impacto, sim. Mas quando olhamos o mundo como um todo, há outros países que estão crescendo, notadamente a China, que já é hoje o maior importador mundial. Então, para fazer essa análise, é preciso se aprofundar muito mais no balanço de oferta e demanda. Posso dizer que nós, como parceiros da Petrobras, não reduzimos nem um pouco nosso ímpeto de investimento.

Existe alguma dificuldade com relação ao conteúdo local. Fala-se muito sobre prazos e qualidade do que se produz no Brasil. Isso é um problema?

Não tem sido. Hoje, temos três plataformas em operação, de 15 contratadas. A primeira, Cidade de Angra dos Reis, foi praticamente toda construída no exterior. Mas a partir da segunda em diante, nós temos feito no Brasil toda a parte de módulos e a integração. Também estamos construindo cascos no Rio Grande do Sul. E tempos, prazos, custos e qualidade estão dentro do que estava projetado inicialmente. Até porque grande parte dos fabricantes e fornecedores para a indústria de construção naval e offshore são fabricantes internacionais instalados no Brasil, que aqui produzem seus equipamentos com o mesmo padrão de qualidade que praticam em qualquer outro lugar. Temos tido um resultado bastante satisfatório.

Mas há algum gargalo à frente?

Sem dúvida. Em 2016, teremos seis plataformas entrando em operação, apenas nos projetos em que estamos envolvidos. Já sabemos que vai ser um ano bastante movimentado para todos nós. Sabemos que isso vai demandar equipamentos, pessoas e investimentos na capacidade para atender a toda essa demanda. A preocupação que existe é que a indústria continue investindo para acompanhar o crescimento da demanda. Para que assim, quando a gente chegar nesse período de investimentos mais acelerados, daqui a dois ou três anos, possamos cumprir os prazos colocados.

Quantas plataformas estão previstas para o ano que vem?

Duas: Cidade de Mangaratiba e Cidade de Ilhabela. Mangaratiba está no Brasfels e Ilhabela será integrada no Brasas. Hoje temos uma produção de 50 mil barris por dia no Brasil, a Statoil (maior produtora privada do país), tem 52 mil. Estamos prestes a conectar mais poços em duas plataformas que já estão em operação e vamos saltar para um volume superior ao que hoje produz a Statoil. Obviamente, não é um campeonato, mas esse movimento mostra que nosso projeto é muito bom, que tem perspectiva de chegar em 2020 com 500 mil barris de petróleo.

Com os blocos da 11ª Rodada, a BG estreia como operadora, e terá que ampliar sua estrutura. Mão de obra é um gargalo?

Sem dúvida alguma. Ser parceiro não operador requer um nível de atividade. Ser operador no Maranhão, que nem é próximo daqui, obviamente vai exigir um redimensionamento de nossa estrutura. Provavelmente vamos chegar à perfuração de poços ao final de 2016, início de 2017, um momento em que as atividades no Brasil estarão mais aceleradas. É um mercado que vai estar superaquecido com todos esses projetos. Então vai ser um desafio grande, tanto em relação a pessoas quanto a equipamentos, logística, sondas, construção das plataformas, navios lançadores de linhas. Tudo isso certamente é uma preocupação.

Há, nesse momento, prognósticos não muito otimistas sobre o Brasil, com risco de perda o grau de investimento. Isso afeta o apetite da empresa?

Não. O que nos preocupa sempre é o respeito aos contratos. Isso é fundamental. A BG chegou ao Brasil em 1994. Em 1999, estávamos participando da segunda rodada de licitações, onde adquirimos os blocos que deram as descobertas de Lula e Sapinhoá. E vocês vão se lembrar que passávamos por uma séria crise econômica. O cenário que falamos aqui não tem nada a ver com o que o Brasil passava. E naquela época a BG veio, participou das rodadas, adquiriu o controle da Comgás e continuou atravessando os altos e baixos da economia brasileira nos últimos anos. Economicamente falando, o Brasil hoje é um país muito mais estável e sólido do que era no final da década de 90. Mas fundamentalmente o que a empresa sempre valorizou e que atrai nosso investimento é o respeito aos contratos. E o Brasil, nesse aspecto, tem tido um comportamento consistente. Os contratos foram sendo respeitados ao longo do tempo, o que permite que a empresa faça a sua parte. A Comgás é um exemplo. Depois que foi passado o controle para a BG, nós quadruplicamos o tamanho da empresa em todos os aspectos. É fundamentalmente um caso de sucesso, no qual todas as partes cumpriram com o acordado. A empresa cumpriu como plano de investimento e o poder concedente cumpriu com a obrigação dele. E devo dizer que, emoutro país muito próximo daqui, onde nós operávamos uma concessão de gás como aqui, tivemos uma experiência diferente (ele fala da argentina Metrogas, cujo controle foi vendido este ano após uma relação conturbada com o governo local). Então, fundamentalmente, essa consistência, essa aderência aos contratos é a sinalização mais importante. É claro que ninguém quer operar em um país em crise, mas esses movimentos econômicos, que a gente considera que são superados ao longo do tempo, acontecem com todo o mundo. Estão acontecendo agora nos Estados Unidos e na Europa. Não é isso que vai definir a estratégia.

Outros analistas dizem que o episódio envolvendo o grupo de Eike Batista teria causado certo desconforto no investidor…

Não no nosso caso. O ímpeto do nosso investimento no Brasil é criado pela oportunidade e pelo arcabouço legal e institucional. É pelo nosso projeto, se ele vale a pena, e qual a segurança jurídica e institucional. E isso é válido para o Brasil, para o Egito, para a Austrália…

A BG está para inaugurar um centro de pesquisa no Brasil…

Sim, será inaugurado no ano que vem. O contrato de concessão tem uma cláusula que determina que 1% do faturamento bruto deve ser investido em pesquisa e desenvolvimento. Meta de disso tem que ser investido em conjunto com instituições de ensino. E outros 50% poderão ser investidos com parceiros industriais. Como nossa produção vai nos colocar em um patamar diferenciado com relação a outros produtores, os fundos para investir emtecnologia vão ser igualmente importantes. Estimamos que, até 2025, vamos investir de US$ 1,5 bi a US$ 2 bi em pesquisa e desenvolvimento. É uma quantidade de recursos substancial, que visa criar novas tecnologias para aumentar o valor dos nossos negócios aqui e a competitividade da própria indústria, que também vai se beneficiar desses programas.

Qual o foco das pesquisas?

O foco é um pouco de tudo. Estamos desenvolvendo parcerias com inúmeras universidades brasileiras. Nosso centro de tecnologia não é um laboratório, é uma coordenação de nossas parcerias. Nós teremos lá cientistas, técnicos da BG, teremos também grupos de universidades ou de parceiros tecnológicos que podem ocupar espaços no prédio enquanto desenvolvem tecnologias em conjunto com projetos patrocinados pela BG. Esse prédio vai abrigar não apenas a BG, mas nossos parceiros. Vai ser um centro de gestão de programas de tecnologia.

O sr. acha que vamos chegar ao ponto de termos um parque tecnológico relevante do ponto de vista global?

Tenho certeza que teremos. Não é um exagero dizer que a obrigação contratual de investimento em pesquisa e desenvolvimento chegará, em algum momento, a US$ 2 bilhões por ano. E isso coloca o Brasil como um dos países que mais recursos terá para investimentos em tecnologia e inovação. É uma oportunidade única. E temos que aproveitar isso ao máximo possível. Temos que nos preparar para isso, desenvolver parcerias de cooperação com as várias universidades brasileiras e dar início a programas importantes com centros de tecnologia que estarão no centro desse processo. Hoje, temos programas em andamento com diversas universidades. Temos parceria importante com a Fapesp, na qual fazemos coinvestimentos na eficiência de gás. Estamos apoiando uma série de startups na área de energia. Com a Coppe temos o Projeto Azul, que realiza estudos de oceanografia da Bacia de Santos. Temos projeto junto com Senai e CNPQ em Salvador, que é o Supercomputador, inaugurado há um mês, com transferência de conhecimento do Imperial College de Londres e da Royal Columbia University do Canadá.

Não é muito dinheiro para focar em apenas um setor. Não seria melhor ter distribuição para outros setores do conhecimento?

As tecnologias desenvolvidas, muitas delas, não são exclusivamente para a indústria do petróleo. O Supercomputador, por exemplo, pode ser usado para outras atividades. Entre as startups que apoiamos, uma faz células de combustível que tem aplicação para carros e motocicletas. Mas, como os recursos vêm da atividade do petróleo, é lógico que a indústria se beneficia. É claro que parte desses fundos vai ser destinada, por exemplo, a melhorar a tecnologia de perfuração de poços, que representam 55% do investimento do pré-sal. A contribuição que nós vemos, além dos benefícios para a indústria de óleo e gás, é também um aumento de competitividade da indústria e do Brasil como um todo. Esses projetos são feitos por pessoas, cientistas, técnicos e doutores que vão estudar determinados temas e conhecimentos. Parte dos recursos será usada para formar cientistas, técnicos, que vão aplicar esse conhecimento em outras áreas. Dentro do programa Ciência sem Fronteiras, estamos alocando US$ 100 milhões para investir em capacitação de doutores e pós-doutorandos, de cientistas, professores e pesquisadores brasileiros, para que desenvolvam expertise ou tenham o conhecimento ampliado para desenvolver esses programas. País sem ciência e tecnologia não tem futuro. Vi recentemente uma apresentação do Pisa (programa internacional de avaliação de estudantes). Tem não sei quantos países, é uma curva que mede a aptidão em exatas dos alunos. A Finlândia está em primeiro lugar. Depois, vem Estados Unidos, Suíça, Suécia, Coréia do Sul, entre outros… O Brasil está lá no final, não dá nem para ver a barra brasileira. Se nós estamos tão atrás, o que tem que ser feito para que a gente avance? Não precisa nem ser para chegar na Finlândia, mas na posição do Chile, da Argentina, que estão muito acima. Estamos apoiando um método que se chama Stem, que busca fazer com que as crianças se interessem mais por ciências, por matemática. É um método lúdico que atrai o interesse. Nós escolhemos escolas no Rio Grande e em Angra, onde construímos plataformas, e está sendo o maior sucesso. Aumenta a assiduidade, os pais querem colocar crianças nessas escolas. Quando escolhemos, não sabíamos que o método era tão de vanguarda. Foi escolhido pelo governo norte-americano como forma de melhorar a competitividade nos Estados Unidos, está sendo usado com grande sucesso até por países que estão na ponta.

A ideia é fomentar o surgimento de profissionais destas áreas?

Isso. Mesmo que a pessoa não vire um cientista, a experiência comprova que o aprendizado de ciências exatas é uma maneira de promover a ascensão social.

Então, ciência e tecnologia podem ser um legado do petróleo?

Exatamente. Podemos dizer que o petróleo pode ser o passaporte para o futuro, um futuro de mais competitividade, de promoção do legado social. Aplaudo de pé a decisão de destinar os recursos dos royalties para a educação. É uma forma de transformar a riqueza mineral em um valor permanente para o país.

Brasil vai sediar importante evento de gás em 2017

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) anunciou ontem (21) que venceu a disputa para o Brasil sediar, pela primeira vez, em 2017, o International Gas Union Research Conference (IGRC), evento técnico realizado pela IGU (International Gas Union), entidade que reúne os maiores produtores de gás do mundo.

“Estamos muito felizes com essa conquista. O IGRC é um dos três principais eventos promovidos pela IGU”, afirmou Milton Costa Filho, secretário geral do IBP. O IGRC 2017 será realizado no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro. A data ainda não foi definida.

Milton Costa Filho informou ainda que o IBP está se candidatando também para trazer ao Brasil em 2016 o Fórum Jovem do Congresso Mundial de Petróleo (World Petroleum Council – WPC), que foi realizado em outubro deste ano em Calgary no Canadá. O resultado será divulgado em junho de 2014, durante o próximo WPC, que acontecerá em Moscou (Rússia).

Rio de Janeiro eleva participação no PIB do Brasil

O estado do Rio de Janeiro elevou a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil entre 2010 e 2011, segundo mostram os resultados das Contas Regionais divulgado nesta sexta-feira (22) pelo IBGE. A fatia do estado no PIB nacional, que era de 10,8% em 2010, chegou a 11,2% em 2011, com ganho de 0,4 ponto percentual.

O movimento apurado pelo IBGE no Rio de Janeiro mostra um movimento bem diferente do apurado na maior economia do país, o estado de São Paulo, que no mesmo período perdeu participação no PIB nacional, caindo de 33,1% em 2010 para 32,6% em 2011, com recuo de 0,5 ponto percentual.

O desempenho da economia fluminense em 2011, comparativamente ao ano anterior, foi o melhor, entre as cinco principais economias do país, neste período, no que diz respeito à participação no PIB total do Brasil. Além de São Paulo, os resultados apresentados pelos estados líderes em 2011, em relação à fatia de 2010, foram, respectivamente, de estagnação para Minas Gerais (participação mantida em 9,3%) e Paraná (fatia inalterada em 5,8%) e de queda no Rio Grande do Sul (de 6,7% para 6,4%).

“O estado do Rio está superando décadas de estagnação com a instalação de novos empreendimentos que estão diversificando a economia fluminense, que contribuíram positivamente para o aumento da participação no PIB”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviço, Julio Bueno.

Os dados do instituto mostram também um desempenho positivo da indústria fluminense. O setor apresentou o maior ganho de participação do setor industrial (extrativa, transformação e eletricidade), no total do PIB industrial do país, entre os estados da região Sudeste, entre 2010 e 2011, passando de 10,7% para 12,3%.

Também no caso da indústria, o desempenho do Rio de Janeiro difere-se do movimento de recuo registrado em São Paulo, cuja fatia no total do PIB industrial do país caiu de 33,3% em 2010 para 31,3% em 2011. Ainda no Sudeste, no mesmo período houve uma mínima alta de participação em Minas Gerais (11,4% em 2010 para 11,5% em 2011) e um pequeno aumento no Espírito Santo (de 2,7% para 3,1%).

“Isso mostra que a estratégia adotada pelo estado, está absolutamente correta em incentivar a vinda de novas empresas, contribuindo não só para a melhoria da economia fluminense, como para a economia do país como um todo”, afirmou.

A pesquisa do IBGE mostra também que a indústria ganhou participação no PIB fluminense de 2010 para 2011, passando de 28,1% para 30,4% no período. Em São Paulo, no mesmo período, a fatia da indústria no PIB estadual passou de 29,1% para 27,4%.

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